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“A empresa está preparada para o que vai acontecer”, afirma administradora judicial da Leardini

Aos 42 anos, a advogada blumenauense Mara Denise Poffo Wilhelm ganhou um novo desafio em sua carreira: a de ser administradora judicial da Leardini, uma das maiores empresas de processamento de pescados do país. A companhia, com sede em Navegantes, teve o pedido de recuperação judicial aceito pelo juiz Tanit Adrian Perozzo Daltoé, da 1ª Vara Cível do município e tem agora 60 dias para apresentar um plano de reestruturação.

Em entrevista a O Sol Diário, Mara explicou qual é a função de um administrador judicial, como funciona o recurso, quais são os próximos passos da Leardini e os fatores que facilitam e dificultam a reação de uma empresa em um processo como este.

Confira a entrevista:

Qual é o papel do administrador judicial?
Ele atua como um auxiliar do juiz. Espécie de fiscal para cumprir certas atribuições que seriam difíceis para o juiz fazer sozinho, como conferir documentos, o andamento da empresa, enviar comunicado aos credores, analisar a documentação, os créditos e as operações. O administrador judicial não interfere no dia a dia da empresa, nas decisões que a diretoria vai tomar daqui para frente. Claro que a empresa fica limitada, ela não pode se desfazer de bens, mas nas decisões estratégicas do negócio, ela tem total liberdade.

Você já se reuniu com o proprietário da Leardini Pescados, Attilio Sergio Leardini? Como foi este encontro?
Na terça-feira, depois que eu assinei o termo de aceitação do encargo e de eu ir ao fórum, me reuni com a diretoria da Leardini. Tínhamos marcado essa reunião com a diretoria, os advogados e com a equipe técnica, que está trabalhando neste caso.

Nessa reunião foi possível verificar qual é a situação da empresa?
Não. É muito prematuro, foi só uma reunião formal de apresentação e para falar sobre as primeiras providências que precisam ser tomadas, como o comunicado aos credores e a disponibilização dos documentos que nós vamos precisar para a montagem oficial do quadro de credores. Posso dizer que a empresa se mostrou muito solícita, disposta a cumprir todas as exigências e a apresentar tudo o que precisa. Demonstrou boa vontade para colaborar com o juízo, para que esse processo ocorra o mais rápido possível e seja o menos desgastante para todo mundo.

Você acredita que a Leardini Pescados vai conseguir recuperar a saúde financeira da empresa com o plano de recuperação (caso ele seja aprovado pelos credores)?
Sim, estou bem otimista. Até porque a empresa passou a impressão de estar bem preparada para todas essas fases que vão acontecer. Já está conversando com credores, com os funcionários, está sendo bem transparente com a dificuldade que está enfrentando e dessa necessidade que ela teve. Nos dias de hoje essa necessidade não é só da Leardini, muitas empresas da região estão na mesma situação, precisando de um fôlego para se reestruturar financeiramente.

Em entrevista no sábado, o Attilio disse já ter um desenho do plano de recuperação. Você teve acesso a ele?
Não, até porque a elaboração do plano é um critério interno da empresa. Não compete ao administrador interferir. Ao administrador compete, somente depois que o plano estiver aprovado, verificar se a empresa está cumprindo aquilo com que ela se comprometeu.

Como você pretende se inteirar do quadro de credores? Tem novas reuniões agendadas com a diretoria da Leardini? Qual é o prazo para a elaboração dele?
Agora nós estamos na fase de finalizar os parceiros para trabalhar na parte contábil, porque o administrador necessita de um contador, estamos definindo quem vai prestar esse serviço, já temos a indicação e precisamos da aprovação do juiz. A partir disso, vamos apresentar a relação de documentos que vamos precisar, é só uma questão de dias para começar essa conferência.

A Leardini contratou uma consultoria para fazer o plano de recuperação judicial?
É, mas isso ainda não está finalizado. Não posso te antecipar.

Qual é o montante da dívida da Leardini Pescados?
Não tenho ainda. Está muito prematuro. Já existe no processo os balanços e um quadro provisório de credores, um número, mas aquilo ali a gente não pode passar como definitivo. Prefiro não passar uma informação sem ter certeza.

Quais conselhos você daria para a Leardini?
Não gostaria de falar diretamente para a Leardini, prefiro dar um conselho geral para as empresas que precisam de recuperação judicial, que é procurar ajuda especializada, conhecer os benefícios da lei. No passado, as pessoas conheciam como concordata, que tinha regras muito rígidas. Não importava se era uma empresa pequena ou de grande porte, as regras eram as mesmas, então não funcionava para todas. Hoje, com a recuperação judicial, as possibilidades de negociação são muito mais flexíveis, você tem condições de trabalhar de acordo com as necessidades da empresa, isso não é conhecido pelo mercado.

A empresa tem 60 dias para estudar como vai pagar os credores. A partir do momento que ela coloca no plano, ela tem que fazer dar certo. O processo de recuperação não é feito só pelo advogado, empresário, é uma equipe que atua para recuperar a empresa ela precisa estar disposta a fazer mudanças, a rever todos os processos internos. Tem que utilizar dos meios que dispões para melhorar. E existem os contadores, os economistas, que atuam no meio financeiro, para fazer isso dar certo.

A partir do momento que a empresa tem o plano de recuperação aceito em assembleia pelos credores, é possível mensurar as chances de recuperação dela?
A empresa vai ter uma carência para os pagamentos por um período de tempo. O administrador também vai acompanhando mês a mês a evolução, se ela está gerando um caixa diante daquilo que ela mesmo se programou para fazer de desembolsos. Ela tem um tempo para programar e ver se vai conseguir atingir o plano. Existe muitas situações que levam empresas a não cumprir o plano, por exemplo, ela não ter nem uma possibilidade de crédito no mercado, não ter estoques, não ter mais fornecedores, essas são situações que minam qualquer recuperação. Quando a empresa usa a recuperação judicial como um planejamento financeiro e ela programa quantos meses vai poder trabalhar com o capital de giro próprio, faz uma programação para superar essa fase com mais serenidade, do que uma empresa que entra em estado falimentar.

Hoje, o que a gente mais percebe de casos de insucesso é quando a empresa espera demais para entrar em juízo. Ela entra num momento que é muito tarde, esperou demais para pedir o socorro judicial. Nestes casos, a probabilidade de ela conseguir se recuperar fica reduzido. Não tem mais caixa para operar, para pagar funcionário, para comprar matéria prima. No caso da Leardini, estou especulando, não me parece que foi isso que ocorreu. Eles entraram (com o pedido de recuperação) em um momento adequado.

Existe resistência por parte dos empresários em pedir a recuperação judicial?
O empresário ele não quer ter aquele estigma de estar falido, não quer que o mercado comente isso dele. Ele sente que está em dificuldade, mas não quer que os seus credores e concorrentes fiquem falando. Isso prejudica a decisão difícil de entrar com o pedido de recuperação ou buscar uma ajuda especializada. Acho melhor ter a humildade de pedir ajuda no momento certo e salvar a empresa e os empregos, o negócio, do que ficar preso a um preconceito do que a cidade e o mercado vão falar. O empresário tem medo de ouvir essa palavra “que a empresa está falida” e o desconhecimento de todos os benefícios que tem o processo de recuperação judicial ajudam a atrasar o pedido.

Administradora judicial
Mara Denise Poffo Wilhelm
Idade – 42 anos
Profissão – advogada
Cidade – Blumenau
Escritório – Wilhelm & Niels Advogados Associados SS Ltda
Formação: direito tributário, conhecimento em ciências contábeis, curso de recuperação judicial pela FGV

Fonte: ClicRbs/O Sol Diário

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