As entidades que reúnem as empresas brasileiras de turismo divulgaram ontem uma carta enviada ao governo, em que pedem medidas emergenciais para garantir a sustentabilidade dos negócios diante dos impactos do novo coronavírus. Segundo as associações, em março o setor registra uma taxa de cancelamento de viagens de 85%.
“É a maior crise vivenciada pelo setor na era atual e prevemos um altíssimo índice de falências entre empresas relacionadas ao turismo, resultando em milhares de pessoas desempregadas e impactos diretos e indiretos no PIB brasileiro”, afirmam as entidades.
A mensagem, endereçada ao ministro do Turismo, Marcelo Álvaro Antonio, é assinada pela Associação Brasileira de Agências de Viagem (Abav Nacional); Abih, da indústria de hotéis; Associação Brasileira de Operadoras de Turismo (Braztoa); Associação Brasileira de Cruzeiros Marítimos (Clia Brasil) e outras seis entidades.
Como medidas urgentes, elas pedem linha de crédito especial na Caixa Econômica Federal e no Banco do Brasil, com carência de no mínimo seis meses para início do pagamento; decreto para postergar impostos relativos à folha de pagamento, também por seis meses; liberação do saque do FGTS para funcionários de empresas do setor; parecer favorável do Ministério da Justiça em relação à remarcação de viagens contratadas pelo consumidor (as entidades ressaltam que as agências não possuem reservas para devolução de valores); e alíquota zero do imposto de renda nas remessas ao exterior feitas pelas empresas do setor para quitação de serviços turísticos.
Segundo as entidades, o mercado de turismo movimentou R$ 238,6 bilhões no Brasil em 2019 e emprega 2,98 milhões de pessoas.
O governo já prepara medidas de ajuda às empresas aéreas. Na semana passada, a Agência Nacional de Aviação Civil (Anac) flexibilizou as regras para manutenção de ‘slots’ (horários de pouso e decolagem) em aeroportos.
Fonte: Valor Econômico