Empresários e trabalhadores criticam fim da redução do IPI

Flávia Albuquerque


São Paulo – O benefício de redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) para os eletrodomésticos de linha branca, que expira no próximo domingo (31), deveria ser expandido. É o que defende a Federação do Comércio do Estado de São Paulo (Fecomercio).


Para a entidade, o término da redução afetará o poder de compra das famílias. O presidente da Fecomercio, Abram Szajman, acredita que o resultado da arrecadação, pelos segmentos que vão perder o benefício, pode não ser positivo como calculam as autoridades econômicas. “Elevar a carga tributária é, efetivamente, reduzir o poder de compra do consumidor”, avaliou.


Szajman estimou que, sem a redução, a arrecadação do período em que vigorou o desconto fiscal seria pior por conta da queda do consumo. Para ele, as medidas do governo foram decisivas para o bom desempenho do varejo em 2009, alcançado mesmo durante a crise econômica internacional.


Os resultados positivos do consumo sobre os produtos beneficiados pela redução do IPI comprovam que a carga tributária é muito alta no país e que o governo pode substituir as operações com alíquotas mais altas por operações com taxas mais baixas, conforme a Fecomercio.


Já a Força Sindical classificou a não prorrogação da redução do IPI como uma “insensibilidade social” do Ministério da Fazenda. “A eliminação deste incentivo é prematura e pode trazer incertezas para os setores envolvidos, gerando desemprego. O incentivo deve ser prorrogado, ajudando a fomentar a economia e o crescimento econômico. Vale lembrar que a redução deu fôlego às vendas e poupou o fechamento de milhares de postos de trabalho, nos setores metalúrgico, químico, de borracha e comércio”, disse o presidente da entidade, Paulo Pereira da Silva.


Para o diretor do departamento de Estudos Econômicos da Federação das Indústrias do Estado de São Paulo (Fiesp), Paulo Francini, o fim da redução do IPI é, de certa forma, algo natural para qualquer país que implementa programas de enfrentamento de crises econômicas. “O governo acaba criando estímulos para a economia e, a partir do momento que a economia começa a se recuperar, é natural a retirada dos incentivos.” 

Fonte: Agência Brasil – ABr

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