A Receita espera receber 24 milhões de declarações do Imposto de Renda
Os erros mais comuns quando o brasileiro vai preencher a declaração do IRPF (Imposto de Renda de Pessoa Física) são digitação, falta de informações de fontes pagadoras e a confusão com o que pode ser deduzido do tributo federal, afirmam especialistas ouvidos pelo R7.
Faltando oito dias para o fim do prazo de entrega, o contribuinte deve, portanto, redobrar a atenção com o documento. A Receita espera receber 24 milhões de declarações do Imposto de Renda, mas, até as 17h de quarta-feira (20), somente 11,941 milhões de documentos chegaram aos computadores do governo.
O principal problema na hora de preencher a declaração é o teclado do computador, segundo o consultor do Cenofisco (Conselho de Orientação Fiscal) Jorge Lobão. O contador lembra um caso em que um cliente apertou duas vezes a tecla zero e mudou completamente o conteúdo da declaração.
– Tive um caso em que o cliente me ligou e falou que o imposto que ele tinha que pagar esse ano seria maior do que recebeu no ano passado. A primeira pergunta que fiz foi se ele conferiu os rendimentos de pessoa física e de pessoa jurídica. Quando ele foi conferir, em vez de colocar R$ 100 mil, ele colocou R$ 1 milhão. Claro que o imposto ficou maior. É comum o erro de digitação.
Outro problema recorrente durante o preenchimento é “achar que determinadas despesas são dedutíveis”, diz Lobão.
– O sujeito acha que determinados valores podem ser deduzidos. Quando se compra um óculos, por exemplo, não há previsão legal para dedução. É o mesmo caso do gasto com médico veterinário, que também não pode ser deduzido.
A gerente operacional da MG Contécnica e especialista em Imposto de Renda, Juliana Fernandes, aponta outro problema comum no preenchimento, sobretudo entre os trabalhadores que não têm emprego fixo durante o ano todo.
– Um erro comum é não declarar a fonte pagadora, sobretudo no caso de quem trabalha dois ou três meses por ano em uma determinada empresa.
As aplicações em bancos também podem se tornar uma pedra no sapato do brasileiro na hora de declarar. Segundo Juliana, o governo cruza as informações dos rendimentos com o que o contribuinte detalha na declaração.
– O rendimento das aplicações financeiras têm imposto retido na fonte, o que a gente chama de tributação exclusiva. A Receita Federal já tem informações de que você teve rendimentos e o quanto foi retido. Eles cruzam as informações que você passa para eles com a declaração. Então, também pode gerar um problema.
O brasileiro deve ficar atento ao preenchimento do IR/2011, mas o programa da Receita veio mais didático e com uma espécie de “corretor automático” neste ano, lembra Lobão.
– O próprio programa da Receita acusa as pendências e informa o que impede ou não o envio da declaração. A ferramenta leva para a página onde está o problema, como a falta de um CNPJ de uma empresa, por exemplo, o que impede o envio. Da mesma forma, pode acusar a falta do número do título de eleitor, o que não impede o envio, já que idoso, por exemplo, não está obrigado a votar e ter título de eleitor.
Sem erros no Imposto de Renda
Para evitar os deslizes mais comuns na hora de fazer a declaração do IR/2011, os especialistas recomendam alguns cuidados. O consultor do Cenofisco explica que o contribuinte pode testar o programa antes de preencher e enviar o documento.
– O programa pode ser usado offline o tempo todo, e o contribuinte pode fazer todos os tipos de possibilidades. O sujeito tem o direito de saber se declara em conjunto com a mulher, se vale a pena trazer a receita da mulher para sua declaração e se fica mais ou menos econômico. Não há nenhum erro ou fraude nisso.
Juliana Fernandes, da MG Contécnica, recomenda que o brasileiro faça a declaração do imposto de renda com calma para evitar erros.
– É por isso que a gente sempre fala para não deixar para a última hora. Com pressa, você está sempre mais suscetível a cometer erros, embora o programa esteja ajudando muito, já que faz verificações antes do envio e acusa eventuais erros.
Fonte: R7 Notícias