A Atvos, segunda maior produtora de etanol do país, controlada pelo grupo Norberto Odebrecht, entrou nesta quarta-feira (29) com pedido de recuperação judicial na Justiça do Estado de São Paulo com o objetivo de preservar suas operações, garantir equilíbrio financeiro e, principalmente, reforçar seu compromisso com os mais de 10 mil empregados, suas famílias, comunidades, parceiros, fornecedores e clientes.
O pedido de recuperação é consequência da investida hostil do fundo americano Lone Star, credor da empresa, que conseguiu, semana passada na Justiça de São Paulo o bloqueio de 65% do faturamento da empresa de açúcar e álcool. Os maiores credores no Brasil são o BNDES e o Bando do Brasil.
Esta era uma das dívidas que ameaçavam a saúde financeira da holding Odebrecht, que deve cerca de R$ 100 bilhões a bancos diversos bancos, em troca de 51% das ações da Braskem, cuja venda à holandesa Lyondell Basell está emperrada.
Ao utilizar essa medida legal, a Atvos viabiliza um ambiente seguro e estável para o equilíbrio de suas contas objetivando alcançar a sua capacidade máxima de produção nos próximos anos.
Ao longo dos seus mais de 11 anos de atuação, a Atvos se consolidou no setor sucroenergético e atualmente é responsável por 10% do abastecimento de etanol no mercado brasileiro. A empresa gera mais de 40 mil empregos diretos e indiretos em quatro estados brasileiros (São Paulo, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul e Goiás). Na safra 19/20, possui expectativa de moer cerca de 27 milhões de toneladas de cana, suficientes para produzir 2,1 bilhões de litros de etanol, 237 mil toneladas de açúcar VHP e gerar 2,9 mil GWh de energia elétrica.
A empresa reforça sua visão de longo prazo no setor e pretende, com a recuperação judicial, seguir sua trajetória de crescimento, acelerando a execução dos planos de investimento na produção de energia limpa e sustentável.
Após o deferimento do pedido pelo Poder Judiciário, a Atvos tem 60 dias para apresentar a primeira versão do plano de recuperação judicial.
Fonte: Jornal do Brasil.