A Máquina de Vendas, controladora da Ricardo Eletro, apresentou nesta terça-feira (13/10) a minuta do plano de recuperação judicial. O processo corre na 1ª Vara de Falências e Recuperações de São Paulo.
O plano prevê o pagamento antecipado de créditos trabalhistas de três mil ex-empregados. A medida poderá ocorrer antes mesmo da assembleia de credores votar o plano. A empresa informou que aguarda apenas a liberação de bloqueios fiscais. Outros cinco mil trabalhadores também poderão ser contemplados.
Segundo a Máquina de Vendas, imóveis poderão ser utilizados para acelerar o pagamento de credores com garantia real e quirografários (sem garantia), respeitada a prioridade dos créditos trabalhistas.
O plano deve ocorrer de acordo as seguintes diretrizes:
- Créditos trabalhistas: serão pagos em até 12 meses, respeitado o teto de 150 salários mínimos por credor, em tabela progressiva de deságio, para não prejudicar os trabalhadores que têm menos a receber;
- Créditos com garantia real ou quirografários: pagamento anual por meio de cash sweep (uso do excedente de caixa para amortização antecipada dos valores, juros e outros encargos) após caixa mínimo anual de R$ 100 milhões;
- Microempresas e empresas de pequeno porte: créditos de até R$ 1,5 mil serão pagos em 24 meses. Valores que superarem esse limite seguirão a mesma regra estabelecida para os quirografários.
Recuperação
O juiz Tiago Limongi, da 1ª Vara de Falências, aceitou o pedido de recuperação judicial em agosto deste ano. A Laspro Consultores foi nomeada como administradora judicial.
O magistrado também liberou R$ 28,8 milhões depositados em um processo de execução fiscal e autorizou o desbloqueio de cartões. A dívida da empresa é superior a R$ 4 bilhões.
A companhia disse enfrentar dificuldades para receber produtos chineses desde o início da epidemia de Covid-19. Afirma ainda que passou a sofrer com queima de caixa desde que as medidas de isolamento social passaram a vigorar no Brasil.
Pedro Bianchi, CEO da Ricardo Eletro, disse esperar que a empresa consiga “superar os erros do passado” e “capturar o máximo de acertos”. “Temos confiança de que, com humildade, respeito aos credores e à sociedade, buscaremos novos patamares”, afirma.
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1070860-05.2020.8.26.0100
Fonte: ConJur