A companhia aérea Voepass ajuizou um pedido de tutela preparatória, objetivando a reestruturação de suas obrigações financeiras de curto prazo e o fortalecimento da estrutura de capital. Segundo a empresa, em nota, o pedido — que contempla o reperfilamento da condição de endividamento — visa a organizar os passivos e seu fluxo de caixa. A tutela preparatória é uma forma das empresas se protegerem de credores ao antecipar alguns efeitos de uma recuperação judicial — como a suspensão de ações de cobrança.
Segundo a empresa, a operação de suas rotas atuais segue com normalidade, assim como a venda de passagens e as reservas. “Mesmo diante de tantas adversidades setoriais, considerando todos os desafios que a aviação no Brasil enfrenta há algum tempo, como é de conhecimento público, nós chegamos aos 30 anos de atuação na aviação regional, pautando nossa história pela resiliência e pela busca de soluções, sempre focada na missão de tornar possível conectar o interior do país com um serviço de qualidade”, disse José Luiz Felício Filho, CEO da Voepass, em nota.
A empresa atravessa uma forte crise depois de um de seus aviões ter caído em meados do ano passado. Hoje, a empresa é parceria da Latam, que é responsável por vender quase a totalidade de assentos da aérea. Segundo fontes, após o acidente, a empresa passou a ser bastante pressionada tanto por reguladores, quanto pela parceira Latam. Entre os pontos críticos estão pontualidade de voos. A empresa alega que a medida se faz necessária diante do que chama de crise setorial da aviação no Brasil.
“É importante ressaltar ainda que a medida não engloba os processos indenizatórios ligados ao acidente ocorrido em agosto de 2024, já que estes estão sendo realizados através da seguradora. A companhia segue empenhada nas tratativas com as famílias para garantir a conclusão do processo da forma mais ágil e satisfatória possível”, acrescentou a empresa, em nota.
A Voepass conta com a participação de assessorias jurídicas especializadas e experientes — Daniel Carnio Advogados, Mubarak Advogados Associados —, assim como a assessoria financeira da EXM Partners.
Fonte: Valor Econômico.