Novas oportunidades estão surgindo para o bacharel em Ciências Contábeis, seja ele contador, gerente contábil, auditor, controller ou de outra especialidade ligada à área. Uma pesquisa realizada, no início deste ano, sobre escassez de talentos em 32 países e com 43 mil empregadores mostrou que os contadores estão na lista das dez profissões mais requisitadas em 17 países. É o terceiro profissional mais procurado no mercado, atrás apenas de engenheiros e administradores.
Conforme o consultor e instrutor do Conselho Regional de Contabilidade do Rio Grande do Sul (CRC-RS) para Empresas do Terceiro Setor Jôni Franck Nunes Costa, o setor público, a criação de controles, transparência das contas governamentais, mudanças normativas e com a informatização cada vez maior dos atos e transações comerciais exigem do profissional novas atitudes. A abertura de novos empreendimentos, com o aquecimento da economia do País, está gerando o crescimento em diversos setores antes estagnados, como, por exemplo, a construção civil.
Da mesma forma, a área social e ambiental está gerando um crescimento, em especial no chamado Terceiro Setor. “Abrem-se muitas oportunidades para a profissão, não só para quem já está no mercado profissional como para quem quer se desenvolver e se especializar no setor.”
Costa cita uma pesquisa realizada pelo IBGE em 2002, quando foi apontada a existência de cerca de 275 mil Organizações Não-Governamentais (ONGs) no País. Na ocasião, elas já movimentavam recursos significativos de aproximadamente 1% do PIB, gerando cerca de 1,5 milhão de empregos diretos e indiretos. “As oportunidades estão na mão do profissional contábil. A exigência de conhecimento específico sobre as peculiaridades do setor é inerente para uma boa prestação de serviços, uma vez que essas entidades são ainda pouco profissionalizadas”, diz.
O governo – tanto na esfera federal quanto estadual e municipal – começa a ter a visão que a sociedade civil organizada pode assumir algumas funções e papéis com possível maior competência, qualidade e economia do que a máquina do estado. Funções de governos nas áreas social, ambiental, cultural que antes estavam sobre o guarda-chuva do estado passam agora para a sociedade civil organizada. O conselheiro do CRC-RS lembra que a utilização de ONGs (Fundações, Associações sem fins lucrativos qualificadas como Oscips ou com Títulos de Utilidade Pública) é cada vez maior por parte das entidades públicas. Isso requer entidades cada vez mais preparadas e administradas profissionalmente por executivos e principalmente por profissionais preparados na área contábil.
Fonte: Jornal do Comércio