Por Mara Denise Poffo Wilhelm
As empresas, tal qual um relógio, tem uma função a cumprir, e precisa que suas peças e engrenagens estejam em pleno funcionamento para atingir seu objetivo, que é o de informar a hora. Basta um elo desta engrenagem dar problema, que comprometerá todo seu funcionamento, pois a hora não pode ser mais ou menos correta, ela tem que ser precisa.
Assim também é uma empresa, basta um elo da “engrenagem” dar problema, a exemplificar pela queda no faturamento, preço de venda sem competitividade, problemas de qualidade, atrasos na entrega, a falta de recursos financeiros, problemas trabalhistas, ou vários desses exemplos ao mesmo tempo, que ela não atingirá seu objetivo, que é a geração de riquezas.
As crises em uma empresa nem sempre estão relacionadas com fatores internos, mas com impactos oriundos de fatores externos, como pode exemplo, uma crise econômica. Nesta há uma retração nos negócios, que pode ser generalizada, segmentada por setores, como a originada pela pandemia, ou mesmo efeitos de uma guerra a milhares de quilômetros de distância.
Nesse contexto, empresas ou determinadas atividades podem ser mais atingidas do que outras, e quando nos referimos a uma crise financeira, esta é configurada pela falta de liquidez, ou seja, a empresa não tem recursos para honrar seus compromissos.
Temos a crise patrimonial, que independente dos motivos anteriores, mas relacionada as consequências, é configurada pela insuficiência de bens no ativo para a satisfação do passivo.
E sucessivamente, podemos elencar também crises originadas por desastres naturais ou industriais, criminosos, de reputação, ou seja, a lista é extensa.
Porém, cabe ao empresário estar sempre vigilante em seu negócio, ficar atento em todos os setores, quer seja produção, comercial, administrativo, e se resguardar com a análise de seus resultados, pois é por meio deles que poderá estudar formas para corrigir os problemas preventivamente.
Para identificar se a empresa está entrando numa crise, há alguns indícios, dentre eles reiterados prejuízos em seus balanços, dificuldade de gerar caixa, de realizar os pagamentos no prazo, dificuldade para aprovação de crédito junto às instituições financeiras e fornecedores, atraso de tributos, poucos estoques e giro de mercadoria, sendo estes os mais comuns. Mas existem outros fatores que também podem ser relevantes, tais como fraudes na empresa, disputas societárias, concorrência desleal, acidentes, mudança repentina de tributação com elevada onerosidade, impactos externos, como a alta do dólar, demandas judiciais, enfim, muitas vezes é um conjunto de fatores que empurram a empresa para a crise.
Importante é sempre estar munido das informações para acompanhar diariamente e incansavelmente os resultados da empresa e sempre tomar medidas preventivas e proativas, como buscar assessoria especializada e soluções rápidas quando identificar os problemas, para evitar que esses se avolumem e mergulhem a empresa numa crise profunda.
Não existe uma fórmula mágica para tirar as empresas da crise financeira, mas sim, um conjunto de medidas plausíveis, várias orientações financeiras e jurídicas, bem como adoção de planejamentos específicos, que certamente, se bem aplicados, vão paulatinamente revertendo esses problemas.
*Mara Denise Poffo Wilhelm é Advogada, Contadora e Administradora Judicial. Especialista em Direito Tributário pelo Instituto Brasileiro de Estudos Tributários (IBET) e em Direito Processual Civil pela FURB. Mestranda em Direito Constitucional pelo Instituto Brasileiro de Ensino, Desenvolvimento e Pesquisa (IDP- Brasília/DF). Sócia do escritório Wilhelm & Niels Advogados Associados, especializado em Reestruturação Empresarial. Membro do IBAJUD, CMR, IWIRC e do Lide Mulher PR.
Fonte: Boletim Denarius