Efeito de pacote do governo é nulo, segundo Alpargatas

Por Adriana Meyge

“O efeito líquido é nulo”. Essa é a avaliação do presidente da Alpargatas, Márcio Utsch, sobre a nova política industrial do governo Dilma. A desoneração da folha de pagamento anunciada recentemente não foi suficiente para consolá-lo.

“Reduz a carga tributária de um lado, mas aumenta de outro”, lamenta. Utsch se refere aos aumentos de 1,5 ponto percentual na alíquota da Cofins para importação e do pagamento à Previdência Social de 1,5% sobre o faturamento, a título de contribuição patronal.

Na sexta-feira, a Alpargatas divulgou os números do segundo trimestre, com um lucro líquido em queda de 13,5% em relação ao mesmo período de 2010, para R$ 73,8 milhões. A empresa divulgou também um lucro líquido ajustado (que inclui a venda da empresa Locomotiva e despesas com imposto de renda não recorrente), com aumento de 28%.

A receita líquida no trimestre foi de R$ 612 milhões – 13,3% a mais, na mesma relação. Os custos dos produtos vendidos aumentaram 15,3% para R$ 340 milhões, pressionados pelos preços do algodão e da borracha.

O plano da Alpargatas – dona de marcas como Havaianas, Topper, Rainha e Mizuno – é dobrar seu faturamento anual para R$ 5,5 bilhões até 2014. Para isso, já anunciou investimento de R$ 177 milhões em nova fábrica. “Também estamos investindo em novas categorias e procurando outros mercados”, diz Utsch.

Fonte: Valor Econômico

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