O mundo está diante de uma nova previsão catastrófica: a do colapso mundial da internet em 2010, feita pelo vice-presidente de assuntos regulatórios da AT&T, Jim Cicconi, ao falar há duas semanas no Westminster E-forum, em Londres.
“A causa principal desse congestionamento brutal – disse Cicconi – é a massa crescente de downloads de vídeos combinada com a transmissão ou uploads de novos conteúdos de imagem que circulam na internet em todo o mundo. Em 2011, apenas 20 residências norte-americanas poderão gerar mais tráfego do que toda a internet mundial hoje.”
Embora essa comparação pareça exagerada, os especialistas dizem que não há como refutar os argumentos de Cicconi e demonstrar que o mundo não corre o risco de um congestionamento gigantesco. Para eles, o ritmo de crescimento do tráfego da internet é cada dia mais preocupante.
A cada minuto são armazenadas oito horas de vídeos no YouTube. Este é, no entanto, apenas um dos aceleradores do crescimento inimaginável do volume de informações que entra na rede. Outro fator de risco é o crescimento mundial das transmissões da TV digital, pois, com ela, milhões de clippings de vídeos de alta definição serão postados na web, exigindo de 7 a 10 vezes mais banda de freqüência do que os vídeos atuais.
No médio prazo, tudo tende a se agravar. Segundo prevê Jim Cicconi, a demanda por banda larga requerida pelos novos serviços em 2015 será 50 vezes maior do que em 2010. Além disso, países como o Brasil, a Rússia, a Índia e a China (os Bric) terão mais de 400 milhões de pessoas conectadas à internet nos próximos 2 anos.
SOLUÇÃO: US$ 130 BI
A única solução para se evitar o congestionamento total da rede mundial, segundo o executivo da AT&T, será investir cerca de US$ 130 bilhões na infra-estrutura, pois a atual arquitetura da rede deverá atingir os limites de sua capacidade em 2010.
Demi Getchko, do Comitê Gestor da Internet no Brasil, considera alarmistas e exageradas as advertências do vice-presidente da AT&T. “Essas previsões me lembram as do Bug do Milênio, no final da década passada. Mas ninguém pode negá-las de forma categórica.”
Assim, por mais dúvidas que tenhamos sobre os riscos anunciados, é bom que o mundo invista adequadamente na infra-estrutura da rede. O mesmo ocorreu com o Bug do Milênio, que nos prometia quase o fim do mundo. A abreviatura Y2K (do inglês Year 2000) virou uma espécie de logotipo do apocalipse, previsto para ocorrer na passagem de 31 de dezembro de 1999 para o dia 1º de janeiro de 2000. Em poucas horas, o mundo viveria o colapso de milhões de sistemas computadorizados e bancos de dados e todas as suas conseqüências.
O milênio chegou e nada aconteceu. É claro que, diante de advertências tão dramáticas, repetidas ao longo de três anos, com insistência e sensacionalismo, o mundo acabou investindo não apenas na conversão de dois para quatro dígitos a representação do ano, mas, principalmente, na revisão dos sistemas de segurança ligados ao registro cronológico dos computadores.
Entre os especialistas, a preocupação varia, mas são raros os que vêem o futuro com otimismo. Depois de um alerta tão dramático, no entanto, o mundo talvez acorde em tempo e evite o pior em 2010, fazendo os investimentos necessários antes que ocorra o colapso.
TI VERDE
O bom senso não tem sido uma virtude coletiva da humanidade. O aquecimento global, a destruição das florestas tropicais, o esgotamento das fontes de água potável e os problemas decorrentes da poluição são exemplos da baixa capacidade de resposta de governos e países aos maiores desafios à sobrevivência do homem. Em sentido mais amplo, o que tem faltado é planejamento, visão de longo prazo e a consciência do uso adequado dos recursos.
Uma reação positiva, no entanto, parece estar chegando ao setor de tecnologia da informação (TI) com a chamada TI Verde ou, na expressão inglesa, Green IT, também chamada Computação Verde. Seus objetivos básicos são: reduzir o consumo de energia dos equipamentos eletrônicos, baixar as emissões de carbono no processo de fabricação, evitar a contaminação do meio ambiente com materiais altamente poluentes e assegurar a sustentabilidade da infra-estrutura de informática e de telecomunicações.
Em eletrônica, um dos aspectos essenciais é o da reutilização de aparelhos por escolas e entidades filantrópicas, com a reciclagem e o recondicionamento de equipamentos de áudio, vídeo, computadores, celulares e toda a parafernália digital de nossos dias. Numa reação recente, esses sistemas de TI verde levam em conta, também, três grandes aspectos: o homem, o planeta e a continuidade das atividades humanas.
Para debater temas como esses, será realizado em São Paulo no dia 29 de maio o seminário Green IT Brasil 2008, cujo foco principal será mostrar “Como as Empresas podem obter ganhos de eficácia com a adoção de políticas de TI” (informações no site www.interchangeRH.com.br).
Fonte: Audi Factor